sábado, 6 de fevereiro de 2010

A Quinta das Lágrimas

A Quinta das Lágrimas está, indissociavelmente, ligada a El Rei D. Pedro e a Dª Inês de Castro. E, apesar de a mais conhecida história de amor, dita em Português, não ter ocorrido na Quinta das Lágrimas, à época "Quinta do Pombal", algumas das mais belas páginas da literatura portuguesa encarregaram-se de tornar a "Quinta das Lágrimas" o cenário da sorte e do infortúnio dos amores de Pedro e Inês.

A Quinta das Lágrimas ocupa uma área de 18, 3 hectares e situa-se na margem esquerda do Mondego. É, fundamentalmente, uma área ajardinada em torno do Palácio do Séc. XIX e um bosque situado na encosta a sul. Na propriedade existem duas nascentes que foram compradas pela Rainha Isabel de Aragão, para abastecer de água, através de um pequeno aqueduto, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha e, naturalmente, o Paço Real, que ficavam ali bem perto. A existência de duas caleiras - uma directamente ligada à mina e, consequentemente, à Fonte Primitiva, cujo acesso é marcado por uma porta do Século XIV e a outra ligada à chamada Fonte da Tradição - que se unem no "Cano dos Amores", permitindo que a água transportasse as mensagens que iam e vinham do Paço Real. Foi, também, essa água que ficou vermelha após a morte de Dª. Inês. Na verdade, há uma alga chamada Hildenbrandia Rivularis que vive na água doce e é vermelha. O Jardim da Quinta das Lágrimas é constituído, maioritariamente, por espécies exóticas, algumas das quais com mais de duzentos anos.

Recentemente, foi, ainda, criado um Jardim Medieval, em homenagem aos amores de Pedro e Inês. Trata-se do primeiro jardim medieval em Portugal e o seu projecto é da autoria da Arquitecta Cristina Castel-Branco. O objectivo foi criar um ambiente de clausura e simplicidade, para o qual foram seleccionadas cerca de cinquenta espécies de plantas diferentes, cuja existência, já antes da época dos Descobrimentos, é largamente comprovada por gravuras e documentos da época.

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