terça-feira, 4 de maio de 2010

Vencemos!!!

Amigos,

O 1º Prémio do Concurso
(clicar), neste ciclo de ensino, é nosso! Da Cristina, da Joana e da Marisa...meu...dos professores e alunos que connosco colaboraram ...da direcção da Escola...do nosso Agrupamento...de todos os que nos ajudaram e apoiaram na concretização deste extraordinário projecto...e que acreditaram!
O orgulho é desmesurado...e não cabe em mim, acreditem!
Muito obrigada a todos!
No próximo ano cá estarei, novamente, para caminhar de mão dada com todos os que quiserem Voar nas Asas do Sonho...se o Plano Nacional de Leitura nos conceder esse privilégio.
Ao júri do PNL, em meu nome, no das minhas meninas e em nome da Escola que representamos MUITO OBRIGADA!

Prof.Estela Trigo

quinta-feira, 25 de março de 2010

E assim encerra o nosso trabalho

Damos, pois, por concluído o nosso trabalho, depois de muito esforço e dedicação, mas como o nosso lema é “Quem corre por gosto não cansa”, parece-nos, agora, que todo o trabalho foi devidamente recompensado. Caminhada difícil, porém vantajosa...
Embora não tenhamos conseguido levar a cabo todos os projectos inicialmente programados, temos consciência que nos empenhámos muito.
Divertimo-nos bastante e pensamos que, com o nosso envolvimento neste projecto, pudemos entender melhor a história do amor entre D. Pedro e D. Inês de Castro, assim como ter opiniões diferentes sobre o mesmo, citadas no nosso blogue, por poetas e crianças.
Apesar de encerrado o Concurso, no 3º período contamos apresentar o Teatro de Fantoches aos restantes alunos de 4º ano e temos já agendada a nossa participação no Arraial da nossa escola, que decorrerá na última semana de aulas, com vista à repetição da peça Os Amores Idílicos, para toda a comunidade escolar.
Se pudermos, levaremos, também, a nossa modesta representação a um Centro de Dia, no Porto, que já nos convidou para o efeito.
Agradecemos a colaboração de todos (professores envolvidos, Direcção Executiva, professores do 4º ano da Escola E.B1 do Souto, educadoras e auxiliares de educação do Infantário do Souto e colegas) e a possibilidade que o Plano Nacional de Leitura nos deu em participar numa iniciativa desta envergadura.

Autores do blogue:
  • Cristina Marlene Ferreira Barroso, 14 anos, 9ºC;
  • Joana Filipa da Silva Freire, 14 anos, 9ºC;
  • Marisa de Fátima Pereira Nogueira, 14 anos, 9ºC.
Adenda: Gostaríamos, ainda, de informar a todos os amantes dos Amores de Inês e D.Pedro que, no próximo dia 1 de Maio, o Grupo de Teatro Dragão, levará a palco, na Póvoa de Varzim, uma peça sobre o tema. (clicar)

Adaptação da história dos amores de Inês de Castro, em cena


Decidimos adulterar a história verídica do amor entre D. Inês de Castro e D. Pedro porque, sendo fãs incondicionais de amores idílicos, não poderíamos deixar uma história de amor como esta terminar de uma forma tão trágica. Resolvemos, por isso, deixar-nos levar pela magia do amor e dar um final feliz a esta tão linda história que, naquela época, não teria muito por onde ser salva, mas que, hoje em dia, poderia ter inúmeras soluções menos fatídicas.
E foi assim que encenámos o teatro, imaginado e escrito por nós, e com a participação de alguns amigos, na representação apresentada no nosso Agrupamento à comunidade escolar.


Teatro adaptado do Amor de D. Pedro e Inês de Castro

Personagens:

  • D.Pedro;
  • D. Inês de Castro;
  • D.Constança;
  • D.Afonso IV;
  • Figurantes (dançarinos e público).

(Introdução)

Tinha D. Afonso IV um filho, D. Pedro, rapaz alegre e destemido, que gostava muito de uma dama da rainha, chamada Inês de Castro.

Ora, o príncipe não podia casar com uma senhora qualquer, mas só com uma princesa de sangue real. Nesse tempo, assim o exigiam os usos e as normas da corte. Se Pedro não os cumprisse, não o deixariam talvez ser rei…

Acto I

1ª cena

(O cenário: jardim, com rosas… D. Pedro e D. Inês trocam juras de amor.)

D. Pedro: Desde o primeiro dia que te vi, não consegui esquecer-te… os teus olhos, a tua boca, os teus lindos cabelos esvoaçando ao vento...

D. Inês: Pára! Vais deixar -me envergonhada!

D. Pedro: Não digo mais que a verdade!

(Olham-se nos olhos.)

D. Inês: Mas sabes que o nosso amor nunca poderá resultar! E bem sabes que a tua esposa, mais tarde ou mais cedo, descobrirá.

D. Pedro: Ela nunca vai descobrir e, além do mais, o nosso amor é mais forte do que todos os contratempos que poderemos vir a ter!

D. Inês: E bem sabes que um desses contratempos é o teu pai!

D. Pedro: Espera… ouvi alguém… (silêncio) Alguém nos viu. Temos de sair já daqui.!!!

Tem uma boa noite, Inês.

D. Inês: Vou pensar em ti, meu amor. Tem uma boa noite.

ActoII

1ª cena

(Dentro do palácio)

(D. Constança e D. Afonso IV, visivelmente contrariados.)

D. Constança: D. Pedro estava no jardim com Inês!!! Não sei o que viu nela! É bela, sim, mas não tem sangue real ...nem tão pouco classe! Tem que me ajudar!!!

D. Afonso IV: Já tentei de tudo, minha filha! Já ameacei Pedro…já lhe disse que não subiria ao trono, mas não adiantou. Respondeu-me que exigia a anulação do casamento!

D. Constança: O quê?! Isso não pode acontecer! (furiosa)

D. Afonso IV: Não deveria acontecer…mas pode, minha querida Constança, se a Igreja concordar. (cabisbaixo)

2ª Cena

(Sai D.Afonso IV e entra D.Pedro.)

D. Pedro: Querida Constança, desculpai-me…sei que estais a sofrer, mas não consigo travar este amor que sinto por Inês!

D.Constança: Meu príncipe…não me abandoneis! (chora). Trago no meu ventre um filho vosso!

D.Pedro: Constança…minha doce e querida Constança, o que seria desse filho se crescesse a saber deste amor que não consigo vencer? Ajudai-me…não torneis as coisas mais difíceis do que já estão. O Bispo anulará o nosso casamento…Assim terá que ser.


3ª Cena

(Sai D.Constança, desolada e cabisbaixa, e entra Inês.)

D. Pedro: Inês, meu amor…estavas aí?

D. Inês: Pedro…meu herói, meu príncipe, sem ti nada sou...mas valerá a pena este sofrimento que causamos a todos?!

D. Pedro: O meu pai acabará por ceder…Constança regressará a Castela…A Igreja está do nosso lado!

D.Inês: Ai, meu querido amor…quanto eu gostava de acreditar nas tuas palavras! (suspira)

(Inês e Pedro abraçam-se.)

(Dançam e olham-se, apaixonados.)

4ª cena

D. Afonso IV: (Dava voltas pensando e dirigindo-se ao público.) Acham que devo deixá-los casar?

Público: simmmm...

D. Afonso IV: Não sei…

5ª Cena

(Sai D.Afonso. Entram Inês e Constança, a discutir.)

D. Constança: Se não fosses tu, ele teria prestado atenção ao casamento, mas tinhas de estragar tudo com esse romancezinho secreto!

D. Inês: Agora a culpa é minha?! Tu é que aceitaste casar com ele! Ele nunca te amou, nem tu a ele! Isso era uma fixação! Eu sei que até engravidaste para que ele te prestasse atenção!

D. Constança: Os meus filhos não são para aqui chamados! E tu também não amas o Pedro, só estás com ele por interesse!

D. Inês: O meu amor pelo Pedro também não é aqui questionado! Mas, sim, amo-o muito!

D. Constança: A ele e à ideia de vires a tornar-te rainha! É tudo o que sempre quiseste! (Em voz baixa, a dirigir-se ao público.)

III Acto

Meses depois, a Igreja anula o casamento de Constança e D.Pedro.

(No jardim.)

1ª cena

D.Pedro: Inês, Inês…minha futura rainha! Conseguimos! Já nada pode impedir este amor que nos une! O meu casamento com Constança foi dissolvido…

D.Inês: Ó meu príncipe! És tudo o que eu sempre sonhei….

(Dançam Inês de Castro, D.Pedro e um grupo.)

Cristina, Joana, Marisa 9ºC



segunda-feira, 22 de março de 2010

Os nossos poemas sobre Inês



Era uma bela donzela

Que viera de Castela.

Viera Inês de companhia,

Com a rainha que seguia.

Logo o destino fez das suas,

Inês e Pedro juntou

Com um amor de fantasia

Vivido com paixão.

Dois corações apaixonados

Que batiam, apressados,

Às escondidas saciados

Com beijos enamorados.

Mas esse amor

Foi divulgado

E à ordem do Soberano

Cruelmente terminado.

Uma morte fria e sem razão,

A morte… de uma grande paixão.

A morte mais aguardada

Da dama mais delicada,

Por corações a mais odiada.

Duros corações, esses,

Que a agarraram

E perante o rei

A prostraram.

Chorosa, misericórdia reclamava,

Mas o rei, de alma fria,

Nem vendo seus netos desalentados

Se comovia.

Com os olhos fixos no céu

Soltando lágrimas de dor,

A espada fina no véu

Acabou com esse grande amor.

Trabalhos realizados por Cristina, Joana e Marisa 9ºC.

terça-feira, 16 de março de 2010

Trovas de Garcia de Resende a Inês

Trovas que Garcia de Resende fez à morte de D. Inês de Castro, que el-rei D. Afonso, o Quarto, de Portugal, matou em Coimbra por o príncipe D. Pedro, seu filho, a ter como mulher, e, pelo bem que lhe queria, não queria casar. Endereçadas às damas.

Senhoras, s' algum senhor
vos quiser bem ou servir,
quem tomar tal servidor,
eu lhe quero descobrir
o galardam do amor.
Por Sua Mercê saber
o que deve de fazer
vej'o que fez esta dama,
que de si vos dará fama,
s'estas trovas quereis ler.

Fala D. Inês

Qual será o coraçam
tam cru e sem piadade,
que lhe nam cause paixam
úa tam gram crueldade
e morte tam sem rezam?
Triste de mim, inocente,
que, por ter muito fervente
lealdade, fé, amor
ó príncepe, meu senhor,
me mataram cruamente!

A minha desaventura
nam contente d'acabar-me,
por me dar maior tristura
me foi pôr em tant'altura,
para d'alto derribar-me;
que, se me matara alguém,
antes de ter tanto bem,
em tais chamas nam ardera,
pai, filhos nam conhecera,
nem me chorara ninguém.

Eu era moça, menina,
per nome Dona Inês
de Castro, e de tal doutrina
e vertudes, qu'era dina
de meu mal ser ó revés.
Vivia sem me lembrar
que paixam podia dar
nem dá-la ninguém a mim:
foi-m'o príncepe olhar,
por seu nojo e minha fim.

Começou-m'a desejar,
trabalhou por me servir;
Fortuna foi ordenar
dous corações conformar
a úa vontade vir.
Conheceu-me, conheci-o,
quis-me bem e eu a ele,
perdeu-me, também perdi-o;
nunca té morte foi frio
o bem que, triste, pus nele.

Dei-lhe minha liberdade,
nam senti perda de fama;
pus nele minha verdade
quis fazer sua vontade,
sendo mui fremosa dama.
Por m'estas obras pagar
nunca jamais quis casar;
polo qual aconselhado
foi el-rei qu'era forçado,
polo seu, de me matar.

Estava mui acatada,
como princesa servida,
em meus paços mui honrada,
de tudo mui abastada,
de meu senhor mui querida.
Estando mui de vagar,
bem fora de tal cuidar,
em Coimbra, d'assessego,
polos campos de Mondego
cavaleiros vi somar.

Como as cousas qu'ham de ser
logo dam no coraçam,
comecei entrestecer
e comigo só dizer:
"Estes homens donde iram?
E tanto que que preguntei,
soube logo qu'era el-rei.
Quando o vi tam apressado
meu coraçam trespassado
foi, que nunca mais falei.

E quando vi que decia,
saí à porta da sala,
devinhando o que queria;
com gram choro e cortesia
lhe fiz úa triste fala.
Meus filhos pus de redor
de mim com gram homildade;
mui cortada de temor
lhe disse: -"Havei, senhor,
desta triste piadade!"

"Nam possa mais a paixam
que o que deveis fazer;
metei nisso bem a mam,
qu'é de fraco coraçam
sem porquê matar molher;
quanto mais a mim, que dam
culpa nam sendo rezam,
por ser mãi dos inocentes
qu'ante vós estam presentes,
os quais vossos netos sam.

"E que tem tam pouca idade
que, se não forem criados
de mim só, com saudade
e sua gram orfindade
morrerám desemparados.
Olhe bem quanta crueza
fará nisto Voss'Alteza:
e também, senhor, olhai,
pois do príncepe sois pai,
nam lhe deis tanta tristeza.

"Lembre-vos o grand'amor
que me vosso filho tem,
e que sentirá gram dor
morrer-lhe tal servidor,
por lhe querer grande bem.
Que, s'algum erro fizera,
fora bem que padecera
e qu'este filhos ficaram
órfãos tristes e buscaram
quem deles paixam houvera;

"Mas, pois eu nunca errei
e sempre mereci mais,
deveis, poderoso rei,
nam quebrantar vossa lei,
que, se moiro, quebrantais.
Usai mais de piadade
que de rigor nem vontade,
havei dó, senhor, de mim
nam me deis tam triste fim,
pois que nunca fiz maldade!"

El-rei, vendo como estava,
houve de mim compaixam
e viu o que nam oulhava:
qu'eu a ele nam errava
nem fizera traiçam.
E vendo quam de verdade
tive amor e lealdade
ó príncepe, cuja sam,
pôde mais a piadade
que a determinaçam;

Que, se m'ele defendera
ca seu filho não amasse,
e lh'eu nam obedecera,
entam com rezam podera
dar m'a morte qu'ordenasse;
mas vendo que nenhú'hora,
dês que naci até'gora,
nunca nisso me falou,
quando se disto lembrou,
foi-se pola porta fora,

Com seu rosto lagrimoso,
co propósito mudado,
muito triste, mui cuidoso,
como rei mui piadoso,
mui cristam e esforçado.
(...)

in Projecto Vercial (clicar)